A Sinfonia Inaudível do Tempo

Segunda-feira

Há um velho relojoeiro que vive na memória de um tempo que já não existe. Ele não marcava as horas com ponteiros, mas com o pulsar de corações esquecidos. Seus dias eram uma tapeçaria de silêncios, costurada com o fio de histórias que nunca foram contadas em voz alta. Ele dizia que cada alma é como um relógio sem números, que só encontra seu ritmo quando a escutamos sem a pressa de chegar a algum lugar. A vida, sussurrava ele, não é uma corrida contra o tic-tac que vemos, mas uma dança com a sinfonia inaudível que sentimos.

Muitos buscam o grande momento, o divisor de águas, o instante que transformará tudo. Mas o relojoeiro, com seus olhos sábios, sabia que a verdadeira transformação reside nos pequenos intervalos, nos suspiros entre uma batida e outra, na quietude que permite à semente germinar. Ele observava as pessoas correndo, tropeçando, sempre em busca de um futuro que, paradoxalmente, as impedia de viver o presente. "Não se pode ouvir a música do cosmos se o barulho da própria pressa abafa a melodia", ele ponderava.

Que hoje, nesta segunda-feira, possamos nos despir da urgência e permitir que a melodia de nosso próprio tempo interior nos guie. Não é sobre o que o mundo espera de nós, mas sobre a harmonia que nossa alma anseia por criar. Que cada respiração seja uma nota, cada passo um compasso, e que a vida se revele não como uma espera ansiosa, mas como a mais bela e profunda das sinfonias. Ouça. A sua música já começou.


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