Quinta-feira
Houve um tempo, e talvez ainda haja, em que o viajante, perdido na aridez do seu próprio deserto interior, deparou-se com uma semente. Era miúda, quase imperceptível, jazendo esquecida à margem de um caminho que ninguém mais parecia notar. Não possuía o brilho de uma joia nem a promessa evidente de um fruto maduro. Era apenas… semente.
Contemplando-a, o viajante não viu apenas um invólucro inerte. Sua alma, por um instante, perscrutou o abismo do tempo. Naquele minúsculo grão, residia a blueprint de uma árvore majestosa, raízes profundas, galhos que dançariam ao vento, e folhas que sussurrariam segredos ao sol. A semente, em sua humildade, não sabia o vendaval que enfrentaria, nem a sede que suportaria, mas carregava em si a inextinguível vontade de ser. Ela não questionava seu destino; ela apenas aguardava o momento, a gota de chuva, o raio de sol, o solo fértil, para iniciar sua silenciosa e indomável ascensão.
E assim é conosco. Quantas sementes de potencial jazem adormecidas em nosso próprio jardim? Quantos inícios minúsculos são descartados por não exibirem a grandiosidade instantânea? A verdadeira transformação não explode; ela germina. Requer a coragem de ser plantado, a paciência de romper o solo e a fé de estender-se na direção da luz, mesmo quando a escuridão parece eterna. Não espere a floresta surgir de um dia para o outro; comece pela semente. Regue seu propósito, exponha-o ao sol da sua vontade e confie no processo. O maior dos carvalhos um dia foi a mais humilde das sementes, silenciosamente aguardando o seu despertar.
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