Sábado. No jardim da existência, cada um de nós é um jardineiro. Há quem plante árvores frondosas, quem cultive flores exóticas, e quem, por desatenção, deixe cair uma semente no solo mais árido, esquecendo-se dela. Mas a vida, em sua sabedoria silenciosa, não esquece. Aquela pequena semente, sob o sol indiferente e a chuva ocasional, não esperou por reconhecimento ou por um solo fértil ideal. Ela fendeu sua casca, enviou uma raiz tímida para baixo e um broto esperançoso para cima. Sem alarde, sem pressa, transformou-se em algo que jamais se imaginaria: uma pequena árvore que, com o tempo, atraiu pássaros e deu sombra a outras sementes.
Quantas vezes nos sentimos como essa semente esquecida, à espera de um terreno perfeito, de uma condição ideal para florescer? Esquecemos que a essência da vida não está na condição externa, mas na força silenciosa que reside em nós, na capacidade de brotar mesmo no mais singelo pedaço de terra. Não espere pela primavera perfeita. Você é a primavera. O solo é onde você está. A semente é a sua intenção mais profunda. Regue-a com a sua presença, com a sua fé, com a sua ação, por menor que seja. E verá que, daquele ponto esquecido, poderá nascer a floresta inteira do seu destino.
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