A Semente e o Jardim Interior

Quarta-feira

Havia um jardineiro que, em cada amanhecer, observava as sementes que brotavam em seu canteiro. Ele notava que algumas, apesar de pequenas, guardavam em si a promessa de um carvalho majestoso, enquanto outras, embora vistosas, destinavam-se a ser meras ervas efêmeras. O segredo, percebeu, não estava no tamanho inicial, mas na essência, na vocação intrínseca que cada uma carregava.

Assim somos nós, os eternos jardineiros de nossa própria existência. Cada pensamento é uma semente lançada ao solo fértil da mente, cada escolha, uma rega, um adubo. Quantas vezes, tomados pelo medo ou pela conveniência, plantamos o joio da dúvida em vez do trigo da coragem? Quantas vezes permitimos que ervas daninhas de antigas mágoas sufoquem a flor da esperança que desejava desabrochar?

A vida não nos exige que sejamos um carvalho desde o primeiro instante, mas que sejamos fiéis à semente que nos habita. Que reconheçamos a potência que dorme em nosso interior, à espera de sol e de um cuidado amoroso. Não tema o vento que balança os galhos, nem a seca que testa a raiz. São esses os desafios que fortalecem, que revelam a resiliência da natureza que nos compõe. O jardim interior clama por sua atenção. Que semente você escolherá cultivar hoje? Que paisagem deseja que floresça ao seu redor amanhã? A decisão, como sempre, repousa em suas mãos.


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