Criança que nasceu em 9 de dezembro teria sofrido corte em cesárea de emergência

Um protesto foi realizado no fim da tarde desta terça-feira em frente ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O grupo pedia justiça para Maria Clara, uma bebê que nasceu em 9 de dezembro de 2020 em uma cesárea de emergência e sofreu uma lesão na região do crânio durante o procedimento.
Amigos e familiares de Maria Clara pedem pelo afastamento dos profissionais envolvidos. A bebê ficou internada na UTI do hospital desde o dia em que nasceu e, em 4 de janeiro, foi constatada a morte cerebral e os aparelhos de ventilação mecânica foram desligados dia 7 de janeiro.
Maria Clara foi sepultada no sábado, 9 de janeiro, no Cemitério da Santa Casa em Porto Alegre, no dia em que completaria um mês de vida. Em entrevista à TV Record, a mãe da bebê, Bruna Delazari, afirmou que a causa do óbito foi a lesão no cérebro. “É isso o que temos de resposta”, contou. O corte teria atingido o tronco encefálico de Maria Clara.
Após o protesto, a tia de Maria Clara, Tayana Lacerda, falou que a equipe disse para Bruna, no dia do parto, que o corte havia sido superficial. “Depois de uma hora do parto, levaram ela para fazer tomografia e ela estava tendo convulsões, foi quando falaram que havia uma hemorragia por conta do corte e que o caso estava complicado”, relatou. Além disso, Tayana destacou que a família precisou levar os laudos dos exames para um neurologista fora do hospital para entender o que tinha acontecido.
Bruna ainda destacou que nem no pior pesadelo imaginaria algo como o que ocorreu. “É horrível, minha filha nasceu perfeita, não tinha um problema de saúde”, detalhou. Em nota, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre informou que “registrou uma complicação grave ocorrida em um parto realizado no dia 9 de dezembro. Desde então, a instituição concentrou-se em prestar a melhor assistência ao bebê, tomando todas as medidas possíveis, além de prestar apoio psicológico à família”.
O hospital ainda ressaltou que “lamenta profundamente o ocorrido e manifesta sua total solidariedade à família” e reiterou que segue o padrão de todos os hospitais universitários e, na realização do parto, houve assistência de médicas residentes, já formadas e se especializando em pós-graduação, e médicas contratadas de Obstetrícia e Pediatria, supervisionando o procedimento.
“Desde a identificação do evento adverso o hospital acionou todas as instâncias cabíveis e está averiguando todo o procedimento por seus canais competentes. A equipe da Gerência de Risco manteve contato diário com a família, com total transparência, disponibilizando todas as informações e documentos solicitados. Em paralelo, a instituição também tem dado suporte psicológico às equipes envolvidas”, consta ainda na nota enviada pelo hospital.
Fonte/Reprodução: CorreioDoPovo